terça-feira, 8 de maio de 2018

Literacia é prática Social






A linguagem oral com que a criança chega à escola, independentemente do seu contexto cultural e social, é a base para a aprendizagem da linguagem escrita, sendo um objetivo primordial da instituição escolar permitir e encorajar cada criança a usar a língua materna com o máximo de eficácia, quando fala, ouve falar, lê e escreve. 
Os trabalhos sobre literacia mostram que as crianças aprendem cada vez mais cedo a ler e a escrever, mesmo antes da escolarização formal (literacia emergente), observando e interagindo com os adultos e com outras crianças, em aprendizagens focadas numa multiplicidade de saberes: rotinas, jogos, brincadeiras, histórias e atividades sociais diferenciadas a convocar para o contexto de sala de aula.  Há interesses muito diferentes e também níveis de conhecimento muito diversos acerca da literacia, pois cada família e cada instituição têm também diferentes formas e recursos para as incentivar. As crianças aprendem através do brincar e do jogo − dramático, corporal, musical, etc. − e muito deste seu brincar é também fantasia e imaginação. Literacia é prática social. É fundamental pensar no papel do adulto nesta forma das crianças aprenderem. 

Maria José Araújo e Marlene Magalhães

Aprendemos porque brincamos


Nesta ação exploramos o sentido da aprendizagem através da atividade lúdica.  Dialogámos, trocámos experiências, jogamos... brincamos!! 
Deixamos essa marca na escola !!




Brincar é um mecanismo que garante à criança, mas também aos adultos, uma certa distância em relação ao real, como salienta Brougère evocando Freud, Richter, Hoffman e Chomsky, para realçar o significado e a importância da dinâmica do brincar para a criança como actividade dotada de significado social e cultural que, ao contrário de outras, precisa de se exercer, praticar e explorar. As crianças procuram activamente informação, e brincar é talvez a melhor maneira de o fazer.



Atividades na natureza: uma estratégia de Educação Ambiental que contribui para o sucesso escolar Maria José Araújo

Durante a semana e nas horas normais de trabalho dos pais e encarregados de educação, as crianças estão na escola, no ATL ou noutros espaços fechados e muito raramente em espaços de ar livre, em contacto com a natureza. O que isto quer dizer é que nunca saem de ambientes semelhantes, marcadamente organizados em função de pressupostos educativos e sociais que negligenciam e que secundarizam (para não dizer desprezam) os aspetos vitais e lúdicos das crianças. Dado isto, e tendo em conta que os aspetos escolares são centrais na organização diária do seu tempo, torna-se-nos evidente que será necessário inverter a situação, protegendo a liberdade das crianças que têm, em primeiro lugar e sobretudo, de brincar e organizar as suas brincadeiras. As crianças só aprendem porque brincam e a cultura que a natureza pode proporcionar faz delas pessoas mais calmas, mais inteligentes, mais sábias, mais competentes academicamente, mais ativas, mais tolerantes, mais sociáveis...
Todos temos o direito humano a uma relação significativa com a natureza e temos as responsabilidades que vêm com esse direito, quanto mais tecnologia possuímos, de mais natureza necessitamos.
Há muita informação sobre os benefícios das atividades de natureza, de vários pontos de vista: intelectual, emocional, psíquico, social, educativo, cultural, lúdico... Assim, reconhecer que as crianças são “cientistas” inatas, que descobrem os animais, as plantas, o mundo nesse gigantesco laboratório de aprendizagem que a natureza propicia é reconhecer que o sucesso escolar em tudo depende disso.
A exposição ao ambiente natural leva as pessoas a nutrir relacionamentos próximos com outros seres humanos e é essencial para o sucesso de qualquer criança na escola e na vida.